sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Tempos Pós-Modernos


Ao chegar em casa no fim da tarde, cumprindo meu ritual, liguei a TV, fui me trocar e depois procurar alguma coisa para comer. Enquanto estava na cozinha ouvi uma canção, cujo refrão era o seguinte: “Hoje o tempo voa e o amor - Escorre pelas mãos - Mesmo sem se sentir - E não há tempo que volte amor - Vamos viver tudo que há para viver - Vamos nos permitir”.

Fiquei perplexo ao ouvir tal sugestão, a princípio para mim liberalmente absurda, contudo lógica  numa segunda análise. Talvez, alguns se perguntem: Lógica para quem? Respondo eu: Lógica para os indivíduos que receberam a danosa herança humanista da modernidade, a qual põe o homem no centro de todas as coisas e lhe afirma o direito de se permitir qualquer coisa, pois em todo universo não existe nada mais importante que ele mesmo e sua satisfação. É interessante lembrar que a canção se chama “tempos modernos”, mas bem que poderia se chamar “tempos pós-modernos”.

Concordo que, hoje, de fato o tempo voa e nos escorre pelas mãos, mesmo sem sentirmos, com toda certeza, não há tempo que retorne e, é exatamente por isso, que nós não devemos “nos permitir”. Aquele que se “permite” experimenta tudo e nada ao mesmo tempo, aquele a que tudo se “permite” não possui raízes, ideais e convicções, muito menos verdade. São tantas coisas para se experimentar e a vida é tão curta que tal indivíduo termina por se permitir inclusive o que não deveria, fazendo com que sua vida passe de uma forma mais ligeira do que assim desejava.

Hoje o tempo voa, e é exatamente por isso, que devemos “nos permitir” somente aquilo que de fato vale a pena, aquilo que de fato nos preenche e traz significado a nossa existência peregrina e fugaz. Alguns pensam: “Se o tempo voa, se a vida é breve, vou me permitir viver ‘tudo’ que há para viver”, contudo a lógica é reversa, entendendo que a vida e o tempo se processam de tal forma, devo investir meu tempo naquilo que de fato traz satisfação para minha alma, não em prazeres efêmeros e transitórios.

Entendo que a idéia de “nos permitir” não é tão nova assim, “nasceu” no berço da modernidade e tem dado largos passos de independência naquilo que vivemos e chamamos de pós-modernidade ou será que nasceu” há milênios atrás num Jardim chamado Edem? Há muitos que são escravos dessa pseudo- verdade que foi propagada pelos corredores mais antigos da história, pensam e nem sabem por que assim pensam, contudo não os julgo, os entendo, pois, tal permissividade, nada mais é do que uma frustrada e desesperada tentativa desse homem chamado “pós-moderno” de matar dentro de si sua eterna fome de significância.

Apesar de conservadoramente absurda para muitos, contudo lógica para mim, prefiro ficar com a proposta feita a pelo homem de Nazaré a uma mulher samaritana do primeiro século: “Qualquer que beber dessa água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:13-14).

Temos liberdade para bebermos de “tudo”, experimentarmos de “tudo”, e nos “permitir” o que desejarmos, contudo, apenas uma única água é necessária para matar com deleite a sede de significado de nossas almas.

Um comentário:

  1. O TEMPO VOA, NOSSA VIDA AQUI É MUITO CURTA E A VIDA ETERNA ESTA POR VIM, ONDE QUEREMOS IR? PARA O CÉU OU O INFERNO?
    VAMOS NOSPERMITIR TUDO QUE NOS LEVE PARA PERTO DE DEUS....
    QUE DEUS NOS ABENÇOE E NOS DÊ SABEDORIA PARA NOS ACHEGARMOS CADA VEZ MAIS A ELE.
    UM 2013 COM TODAS AS VONTADES DE DEUS REALIZADAS EM NOSSAS VIDAS

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